Lygia Bojunga Nunes (
Pelotas,
26 de agosto de
1932), ou simplesmente
Lygia Bojunga, é uma
escritora Brasileira.
Iniciou a sua vida profissional como
atriz, tendo-se dedicado ao
rádio e ao
teatro, até voltar-se para a
literatura. Com a obra
Os colegas (
1972) conquistou um público que se solidificou com
Angélica (
1975),
A casa da madrinha (
1978),
Corda bamba (
1979),
O sofá estampado (
1980) e
A bolsa amarela (
1981). Por estes livros recebeu, em
1982, recebeu o
Prêmio Hans Christian Andersen, o mais importante prêmio literário infantil, uma espécie de
Prêmio Nobel da
literatura infantil. O prêmio foi concedido pela International Board on Books for Young People, filiada à
UNESCO.
Os colegas já antes havia conquistado o primeiro lugar no Concurso de Literatura Infantil do
Instituto Nacional do Livro (INL), em
1971, com ilustrações do
desenhista Gian Calvi.
Lygia Bojunga Nunes tem recebido reiterados elogios da crítica
especializada, quer brasileira, quer estrangeira. No cenário brasileiro,
com frequência tem sido reportada como a herdeira ou sucessora de
Monteiro Lobato,
por estabelecer um espaço em que a criança tem — através da liberdade
da imaginação — uma chave para a resolução de conflitos, o que Monteiro
Lobato mostrou saber fazer com maestria
1 . Algumas vezes, no cenário internacional, costuma-se compará-la a
Saint-Exupéry e a
Maurice Druon, pela notável sensibilização infantil destes através de
O Pequeno Príncipe e O Menino do Dedo Verde, respectivamente. Com efeito, misturando com habilidade o real e a fantasia, Lygia alcança, num estilo fluente, entre o coloquial e o
monólogo interior, perfeita comunicação com seu leitor.
Consciente de que literatura é
comunicação, a autora não recusa tratar de temas considerados problemáticos, como
suicídio, em
7 Cartas e 2 Sonhos (
1983) e
O Meu Amigo Pintor (
1987);
assassinato, em
Nós Três (
1987) e abandono dos filhos pela mãe, no
conto "Tchau", no volume de mesmo nome (
1984).
Com o livro
Um Encontro com Lygia Bojunga Nunes (
1988),
reuniu textos sobre sua relação com a literatura, apresentando, de
forma dramatizada, o resultado de seu trabalho. Esse é também o início
de uma reflexão metaliterária, que se estende por
Paisagem e
Fazendo Ana Paz, ambos de
1992, onde refletiu sobre o que é fazer literatura, fazendo literatura, linha que tem em
Feito à Mão (
1996), uma realização radical, pois o livro foi feito com
papel reciclado e
fotocopiado — uma alternativa à
produção industrial.
Com
Seis vezes Lucas e
O Abraço, também de
1996,
retoma um tema instigante deste final de século: uma literatura
dirigida a qualquer leitor, estando no objeto-livro a maneira de
adequá-la às diversas etapas da vida humana.
É um dos maiores nomes da
literatura infanto-juvenil
brasileira e mundial, assim consagrada pela qualidade de sua obra e
caracterização da problemática da criança, acuada dentro do
núcleo familiar.
Sua obra já foi publicada em
alemão,
francês,
espanhol,
sueco,
norueguês,
islandês,
holandês,
dinamarquês,
japonês,
catalão,
húngaro,
búlgaro e
finlandês.
Seus livros têm sido altamente recomendados pela crítica
européia e estão sendo radiofonizados em vários países, sendo que um deles,
Corda bamba, foi filmado na
Suécia. Casada com um
inglês, vive parte de seu tempo em
Londres e parte no
Rio de Janeiro. A autora prepara uma transposição para o teatro de
7 cartas e 2 sonhos.
Obras
- Os Colegas - 1972
- Angélica - 1975
- A Bolsa Amarela - 1976
- A Casa da Madrinha - 1978
- Corda Bamba - 1979
- O Sofá Estampado - 1980
- Tchau - 1984
- O Meu Amigo Pintor - 1987
- Nós Três - 1987
- Livro, um Encontro - 1988
- Fazendo Ana Paz - 1991
- Paisagem - 1992
- Seis Vezes Lucas - 1995
- O Abraço - 1995
- Feito à Mão - 1996
- A Cama - 1999
- O Rio e Eu - 1999
- Retratos de Carolina - 2002
- A Bolsa Amarela - 2005
- Aula de Inglês - 2006
- Sapato de Salto - 2006
- Dos Vinte 1 - 2007 (coletânea de capítulos dos livros anteriores)

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lygia_Bojunga